Som alto incomoda moradores da orla

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Morar à beira-mar de Boa Viagem sempre foi sinônimo de tranquilidade e bem-estar. Mas, atividades desenvolvidas na orla têm gerado polêmica entre os moradores e banhistas. Depois da cobrança ilegal dos barraqueiros pelo uso das cadeiras divulgada terça-feira pelo Diario, agora a confusão recai sobre os quiosques entre os postos 9 e 10 da orla. Moradores da Avenida Boa Viagem denunciaram ontem ao jornal que os proprietários desses estabelecimentos estão abusando do som alto após às 22h. A perturbação, segundo eles, não tem dia, nem horário. Ao longo desta semana, por exemplo, muitos acordaram às 3h da madrugada por conta da altura do som.


Durante o dia o movimento é grande, mas o barulho não atrapalha a rotina Foto: Fotos: Juliana Leitão/DP/D.A Press
Eles reclamam que nem mesmo as janelas fechadas e os aparelhos de ar-condicionados ligados conseguem impedir que o barulho chegue aos apartamentos. E não é só isso. Alimentos proibidos de serem manipulados nos estabelecimentos pela legislação municipal também estariam sendo comercializados. Síndico do Edifício Sirius, o engenheiro Fernando Didier, contou que um dos quiosquesfica em frente ao prédio onde mora. Segundo ele, o comércio funciona há três anos e sempre abusou do barulho. "Eles também vendem comidas fritas, que é proibido. Mas o que incomoda de fato é na hora de dormir. O volume do som é sempre muito alto. E o órgão de fiscalização da prefeitura não atende aos pedidos dos moradores", disse Fernando Didier, acrescentando que várias ligações já foram feitas para a Diretoria de Meio Ambiente (Dirman). "Mas até agora não houve nenhuma fiscalização e tampouco alguma medida prática foi adotada", reclama.

Mesmo morando no último andar do Edifício Sirius, o empresário Tonico Araújo não consegue se livrar do incomodo trazido pelo som alto. Por diversas vezes, contou, teve o sono interrompido por conta do volume. "O local fica aberto o dia todo, o que já é incorreto, pois no decreto da orla é determinado que o horário de funcionamento seja das 6h às 22h. Tanto o quiosque como os clientes que chegam por lá, abrem as malas dos carros e colocam um som muito alto. Mesmo na cobertura consigo ouvir tudo", afirmou. Morador do quarto andar do mesmo prédio, a engenheira Rosa Pandolfi disse que não há uma semana sequer que não seja incomodada pelo som. "Já liguei várias vezes para a Dirman e até agora não obtive retorno", ressaltou.

O Diario esteve ontem na orla e procurou o proprietário do quiosque denunciado pelos moradores. No local, funcionários informaram que não estavam autorizados a falar sobre o assunto. Segundo eles, a única pessoa que poderia responder, identificada como Araci, não estava. Por telefone, a reportagem também não conseguiu falar com a responsável pelo comércio.

Decreto - Em resposta às reclamações dos moradores da Avenida Boa Viagem, a PCR adiantou que técnicos da Dirman vão realizar fiscalizações na orla para avaliar se a legislação está sendo descumprida. Em 1º de janeiro deste ano, a Prefeitura do Recife publicou decreto que regulamenta as atividades, como venda de comidas e bebidas na orla e proíbe o barulho, a não ser em eventos culturais previamente autorizadospelos órgãos competentes. No entanto, segundo nota enviada ontem ao Diario pela Prefeitura, os quiosques da orla podem funcionar após as 22h , desde que o barulho produzido não ultrapasse o que determina a Lei Municipal de Meio Ambiente. A Prefeitura também esclareceu que houve um erro no decreto. Ao invés de informar que os estabelecimentos deveriam funcionar no mínimo das 6h às 22h, o texto dizia que o horário permitido era das 6h às 22h. A correção, segundo a assessoria de imprensa, será feita nos próximos dias e publicada no Diário Oficial.

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