Do sonho à realidade

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Ainda no topo da lista de sonhos dos brasileiros, a casa própria vem se tornando uma feliz realidade para um número cada vez maior de pessoas. Em Pernambuco, foram contratados R$ 880 milhões em créditos imobiliários em 2009, um crescimento de 101% em relação ao ano anterior. Para quem não está ainda nessa lista de felizardos, a notícia é boa: segundo os especialistas, em 2010 o mercado deve continuar aquecido, com as oportunidades se multiplicando graças à oferta de crédito sempre maior.

O governo federal já confirmou que o valor disponível para financiamento da compra de imóveis deve crescer 38%. Isso porque os créditos fornecidos através de recursos da caderneta de poupança, do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e do Orçamento Geral da União devem chegar, juntos, a R$ 78,3 bilhões, em todo o país. Isso garante a manutenção de facilidades como as taxas de juros, que vão de 8% a 11,5% ao ano, e prazos de pagamento que chegam a 30 anos.

Antes de concretizar essa meta, porém, é preciso pesquisar e calcular bem os melhores caminhos a se tomar. À vista ou financiado? Usado ou novo? Se financiado, através de um banco ou da própria construtora? As possibilidades são tantas quanto as opções de compra no mercado, e cabe ao consumidor decidir qual a melhor para ele, levando em conta sua renda e as necessidades de sua família.

Para o consultor financeiro e professor de economia Roberto Ferreira, a primeira dessas questões, que ele considera a mais importante, só tem uma resposta. "O ideal é comprar à vista", resume. "Ou no menor tempo possível", continua. A razão é simples: evitar o acúmulo de juros aplicados nas compras a prazo, que tendem a ser maiores quanto mais amplo seja o período de financiamento.

Outra recomendação de Ferreira é optar pelo financiamento direto com a construtora. "As taxas, nesse caso, são altas, geralmente de 1% ao mês. Mas são aplicadas em cima de cada valor pago, e não do valor total financiado, como ocorre no Sistema Financeiro de Habitação (SFH). Mas, nesse caso, o comprador deve optar sempre por um prazo curto, de, no máximo, cinco anos", explica o consultor.

Ele faz ainda uma recomendação: ao financiar uma compra, preferir usar a Taxa Referencial (TR) em vez do Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M) como indexador, porque a primeira, diferentemente de seu "concorrente", é baseada em perspectivas futuras de inflação e administrada pelo governo, o que pode evitar surpresas desagradáveis.

Claro que o financiamento direto com as construtoras pode não ser bom para todos. Quem não gosta de surpresas pode preferir o financiamento nos bancos, com o SFH, no qual a Caixa Econômica Federal é a principal fornecedora de créditos. Os juros, apesar de aplicados ao valor total financiado, são diluídos no prazo, e as parcelas em geral são decrescentes, permitindo às famílias se programarem.

Há outras regras básicas para a compra de imóveis. A principal delas é, para o caso de trabalhadores do setor privado ou contratados no regime de CLT, usar todo o recurso guardado na conta do FGTS, quando possível. Isso porque o fundo, alimentado por 8% do salário do trabalhador, recolhidos mensalmente pelo empregador, rende apenas 3% ao ano, abaixo da caderneta de poupança e possivelmente da valorização do imóvel. O que torna, claro, sempre um bom negócio movimentar esse dinheiro.

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