29 vítimas foram localizadas na praia do Bananal e 17 no morro da Carioca
O número de mortos em consequência dos deslizamentos de terra ocorridos em Angra dos Reis (RJ) na primeira madrugada do ano chega a 46, informou a Defesa Civil na noite de ontem. Do total, 29 vítimas foram localizadas na praia do Bananal, na Ilha Grande, e 17 no morro da Carioca, parte continental do município.
As equipes da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros ainda trabalham para localizar pessoas desaparecidos. Na manhã de ontem, o prefeito de Angra dos Reis, Tuca Jordão (PMDB), oficializou o decreto de estado de calamidade pública no município. O prefeito disse que a documentação já foi providenciada para que a medida seja publicada no “Diário Oficial” hoje.
Entre os corpos resgatados ontem estão um menino de aproximadamente 2 anos no morro da Carioca e uma jovem na praia do Bananal, na Ilha Grande. O menino foi encontrado em um ponto apontado por cães farejadores. Ao identificar o filho, a mãe da criança passou mal e precisou ser socorrida pelos bombeiros. A corporação informou também que ao menos quatro pessoas ainda estão desaparecidas no morro.
A jovem encontrada nos escombros na Ilha Grande ainda não foi oficialmente identificada. Moradores da região disseram aos bombeiros que a vítima seria a moradora da praia Gabriela de Brito Pereira, 13. Mais cedo, o corpo de uma menina de aproximadamente seis anos foi encontrado no morro da Carioca.
Em todo o País foram registradas ao menos 81 mortes causadas pelas chuvas desde a última quarta-feira. O Estado com maior número de vítimas é o Rio, com 68 mortes registradas, sendo 46 apenas em Angra.
SAQUEADOS
Os moradores do morro da Carioca, que tiveram de deixar suas casas e perderam amigos e parentes no deslizamento do dia 1°, sofrem com saqueadores, que furtam eletrodomésticos, roupas e outros objetos das moradias interditadas pela Defesa Civil. O pastor da Assembleia de Deus Carlos Alberto Amaral de Oliveira, 42, contou que um congregado teve computador e aparelho de TV levados por pessoas que entraram em sua casa no alto do morro, no centro de Angra.
Lá, o deslizamento deixou pelo menos 17 mortos. Ontem, foram retirados os corpos de duas crianças - Anna Beatriz Marques de Souza Santos, 6, e Ariel Narciso, 2 - e de dois adultos, um homem e uma mulher, ainda não identificados. Os corpos foram localizados por cães farejadores. Os bombeiros ainda buscam uma vítima.
O morador Flávio Santos, 40, diz que os saques ocorrem mesmo perto das buscas: “Por isso, as pessoas resistem em sair”.
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