Artes plásticas perdem Sylvia Pontual

Artistas visuais de várias gerações e personalidades da política foram prestar as últimas homenagens à artista plástica Sylvia Pontual, 68 anos, que faleceu ontem vítima de um câncer, contra o qual lutou durante cerca de três anos. Ela deixa marido e três filhos. O enterro aconteceu no Cemitério de Santo Amaro.

Definida por seus parentes como uma pessoa “por quem ninguém poderia passar impune”, a artista recebeu o último adeus de amigos como o deputado federal Raul Henry, amigo pessoal da família há 25 anos. “Ela era uma pessoa com muita alegria de viver, muita energia”. O artista plástico Plínio Palhano também lamentou a perda para a cultura do Estado. “Era um ponto de convergência entre os artistas. Além disso, a reestruturação do Museu do Estado se deve a ela”.

Em abril do ano passado, mais de sessenta artistas, entre pintores, desenhistas e escultores, se mobilizaram para homenagear Sylvia, com um leilão na casa do pintor Ferreira, no bairro de Campo Grande. Participaram nomes consagrados da arte local, como Abelardo da Hora, Paulo Bruscky, Samico, Reynaldo Fonseca, José de Moura e Tiago Amorim, comprovando a afeição que seus colegas sentiam por ela.

Em sua vida pública, Sylvia foi chefe do cerimonial da Prefeitura do Recife durante a gestão do prefeito Jarbas Vasconcelos (1993-1996), assumindo posteriormente a direção do Museu do Estado, entre os anos de 1999 e 2006, quando o mesmo político tornou-se governador. Sob sua gestão, o local ganhou um prédio anexo, intitulado Espaço Cícero Dias, por onde passam, atualmente, a quase totalidade das exposições itinerantes recebidas pela instituição.

Além disso, ela organizou várias publicações dedicadas à obra de artistas pernambucanos. Uma delas foi “Vicente do Rego Monteiro - Poeta, Tipógrafo, Pintor”, trabalho realizado juntamente com Paulo Bruscky, Jobson Figueiredo e o fotógrafo francês radicado no Brasil Edmond Dansot. Outra atividade sua no mercado editorial foi o livro “Descobrindo o Paraíso”, sobre o artista plástico Ferreira, organizado em conjunto com Jaci Bezerra e, novamente, Paulo Bruscky.